Ossos do ofício

Na noite passada fomos vítimas de um molde de gesso que nos atacou. Demos por nós com a cara esfregada em vaselina. Quilos de vaselina. Vaselina nas sobrancelhas, nas pestanas, na pele, no bigode... Enfim, tudo em nós era vaselina. A Soraia, muito simpática e prestável lá ia esfregando a Inês, a Bia e a mim, até a minha barba ficar impregnada com aquela substância peganhenta. Depois foi só adicionar gesso até aquilo ficar pastoso. Após uma eternidade, o gesso secou, ficou quente e rígido...
O problema foi tirar o molde da cara, por muita vaselina que tivessemos chegado, o gesso colar-se-ia nas nossas trombas. Custou bastante, mas já passou...
Lá viemos embora, parando ainda numa área de serviço para meter gasosa no bólide, com a barba a pingar vaselina, já liquida. As pessoas olhavam para nós como se fossemos personagens de um filme de ficção científica. Pedaços de gesso seco no cabelo, acompanhado pela Bia, que tinha ficado meio vesga com o gesso e a vaselina, com olhar esgroviado...
O que um gajo não faz pelo teatro...
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